Desde pequeno tenho o gosto de desmontar as coisas, eu não tive muitos brinquedos e os poucos que tinha eu desmontava todos. Meu pai devia pensar que eu destroçava os brinquedos, mas eu procurava ver o funcionamento das coisas por dentro e ainda continuo e claro meus brinquedos mudaram.
Quando ganhei meu primeiro computador passei os 3 primeiros meses sem ver a luz do dia literalmente – Era um Positivo com míseros 128mb de RAM mas que rodava o counter-strike – com a falta de instrução, resolvi procurar por mim mesmo com os recursos disponíveis.
Nesses 3 primeiros meses mexi no windows xp de cabo a rabo, como eu não tinha acesso à internet naquela época, lembro que achei o utilitário msconfig olhando arquivo por arquivo na pasta system32. Bons tempos aquele.
Enfim, voltando ao assunto de desmontar, ver como tudo funciona é prazeroso, olhar as coisas se encaixando e funcionando é uma sensação que não consigo explicar. Mas o mal de desmontar as coisas é montar novamente e deixar tudo funcionando como antes – já estraguei muito carrinho assim.
Com o computador não foi diferente, mas é claro que eu não ia violar a garantia abrindo o danado, parti logo para ver como tudo funcionava, abri muitas dlls, muitos exes no bloco de notas e só via coisa estranha, como eu não entendi nada daquilo eu só ficava boiando.
Aprendendo programação, fui entendendo aos poucos como era brilhante e complexo o funcionamento do computador, pelo menos pra mim, me fascinava. Hoje com o conhecimento que tenho vejo que falta muito a aprender.
Mas o que tem a ver desmontar carrinhos e desmontar softwares?
A ideologia é a mesma e o prazer também, mas sem perdas de peças como ocorre no hardware. Com o software quando não dá certo basta reiniciar.
Lembro do primeiro software que violei, era um que mostrava as senhas do antigo MSN, o software era pago e precisava de uma licença pra mostrar a senha por completo. Lembro que fiquei todo bobo com aquilo, e quem não ficaria?
Hoje em dia quebro alguns softwares que utilizo, como o conversor de dvd e um servidor dlna.
É errado? Pode ser que sim. Mas tudo que é errado é mais legal. ;)
Então se você é pai e leu isso, quando ver seu filho desmontando um carrinho, ajude-o e mostre como aquilo funciona, pois seu pequeno garoto pode virar um grande profissional em engenharia reversa. E o mercado paga muito bem para esses profissionais.
Para terem uma idéia existe um filme chamado "O Pagamento (Paycheck)", o ator principal é uma especialista em engenharia reversa onde ele cria uma máquina que prever o futuro.
Att, Gilson Fabiano
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